O que é a Comunicação Interatrial
A Comunicação Interatrial (CIA) é um tipo de cardiopatia congênita caracterizada pela comunicação entre os dois átrios.
No coração normal, não existe comunicação entre estas estruturas e portanto, os átrios não se comunicam.
Na CIA, existe uma descontinuidade na parede entre os átrios e o sangue do lado esquerdo é desviado ao lado direito do coração.
Classificação
Existem 4 tipos de comunicação interatrial: ostium secundum, ostium primum, seio venoso e seio coronário.
Cada tipo de CIA tem a sua particularidade:
- CIA ostium secundum (CIA-OS): é a mais prevalente delas e é a verdadeira comunicação interatrial. O fechamento espontâneo pode acontecer.
- CIA ostium primum (CIA-OP): também chamada de defeito do septo atrioventricular, corresponde a 20% das comunicações interatriais. Não tem fechamento espontâneo e pode estar associada a outros defeitos cardíacos.
- CIA seio venoso: corresponde a 5% dos defeitos septais atriais. Pode estar localizado abaixo da veia cava superior ou na veia cava inferior, abaixo do forame oval. Não fecha de forma espontânea.
- CIA coronariano: defeito localizado ao nível do seio coronariano e é o menos prevalente dele (3%).
Como afeta o coração
O coração é formado de 4 cavidades: átrio direito e ventrículo direito; átrio esquerdo e ventrículo esquerdo.
Estas cavidades só se comunicam através de suas valvas, tricúspide e mitral.
Quando existe outra comunicação dentro do coração, acontece um fluxo de sangue anômalo.
No caso da CIA, esse fluxo acontece do átrio esquerdo para o átrio direito.
A consequência desta alteração é que o AD receberá um volume maior de sangue e vai se dilatar com o passar do tempo.
Sintomas e impacto na saúde da criança
Alguns pacientes são assintomáticos e por isso, a CIA é a cardiopatia congênita mais frequente no adulto.
Os sintomas se relacionam ao excesso de sangue que chega aos pulmões.
Os principais sintomas são cansaço exacerbado durante atividade física e palpitação.
Como afeta a saúde
Pacientes com CIA têm menor tolerância às atividades físicas.
Nos casos mais avançados, a CIA pode causar arritmias cardíacas por dilatação do coração.
Alguns eventos neurológicos, como ataque isquêmico transitório (AIT), também se relacionam a este tipo de cardiopatia.
Como é feito o diagnóstico
A suspeita diagnóstica pode surgir durante a entrevista e exame físico no consultório.
Na investigação desta cardiopatia, o ecocardiograma deve ser realizado.
Outros exames como eletrocardiograma (ECG) e radiografia de tórax também contribuem para o diagnóstico.
Exames complementares
O ecocardiograma é o principal exame realizado diante da suspeita diagnóstica de CIA.
Pode ser feito de forma transtorácica ou transesofágica e tem grande acurácia.
Além de visualizar a presença do defeito na parede atrial, este exame é capaz de avaliar a repercussão clínica da cardiopatia e permitir a mensuração do defeito, importante informação para a programação do tratamento.
O ECG apresenta alterações inespecíficas mas, quando associadas à anamnese e exame físico, contribui para o diagnóstico da CIA.
Radiografia de tórax (Rx de tórax) também apresenta alterações inespecíficas da CIA mas é um bom exame para avaliar a sobrecarga de sangue nos pulmões e o tamanho do coração.
Quem está mais suscetível?
Como a maior parte das cardiopatias congênitas, a CIA não tem causa definida.
Tratamentos disponíveis para Comunicação InterAtrial
O objetivo do tratamento é ocluir a comunicação entre os dois átrios e interromper o fluxo anômalo de sangue.
Existem duas formas principais de tratar a cardiopatia: cirurgia cardíaca e o fechamento percutâneo.
A cirurgia cardíaca foi a primeira escolha no tratamento da CIA por muitos anos.
Nesta forma de tratamento, o coração é acessado por esternotomia, paciente submetido à circulação extracorpórea e a comunicação é corrigida.
Ainda é a forma de tratamento para alguns tipos de CIA.
O tratamento percutâneo, mais utilizado hoje, é realizado de forma menos invasiva.
Através de um cateter inserido na região femoral, a comunicação é ocluída por uma prótese que oclui a comunicação.
Um procedimento menos invasivo, com alta hospitalar precoce. Apesar de tantos benefícios, esta modalidade de tratamento não está indicada em todas as comunicações interatriais.
Algumas características são necessárias para que o paciente seja contemplado por este tipo de abordagem.
Dúvidas mais frequentes
Quem tem CIA é cardiopata?
Sim. A CIA é uma cardiopatia congênita.
Como é feita a cirurgia de CIA no coração?
O paciente é submetido à anestesia geral e o coração é acessado por esternotomia (abre o peito).
A seguir, é instalada a circulação extracorpórea, para-se o coração e o defeito é corrigido com pericárdio bovino.
Quanto tempo dura a cirurgia de CIA?
O tempo de cirurgia depende da experiência do cirurgião. Em média, 30 minutos de circulação extracorpórea, 3 horas de cirurgia.
Qual médico(a) procurar em caso de Comunicação Interatrial
Dra. Marina Fantini é altamente qualificada e carrega consigo um amplo conhecimento nas áreas de pediatria e cardiologia.
É coordenadora da Cardiologia Pediátrica e ECMO na Rede Mater Dei, CEO da Ecmo Minas, professora do curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da pós-graduação no Instituto de Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte.
É também membro titular da Sociedade Brasileira de Pediatria, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e Especialista em ECMO pela ELSO.
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