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Dra. Marina Fantini

Comunicação Interventricular (CIV): Entenda o que é, como afeta a vida e como pode ser tratada

Comunicação Interventricular (CIV): Entenda o que é, como afeta a vida e como pode ser tratada

Comunicação Interventricular, ou CIV, é uma alteração na anatomia cardíaca que surge enquanto o feto está em formação, ou seja, no período fetal.  É uma das cardiopatias congênitas mais prevalentes e apresenta diversas manifestações clínicas. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado impactam de forma importante na qualidade de vida da criança. 

Neste artigo, exploraremos o que é a comunicação interventricular, suas causas, sintomas e a importância do diagnóstico precoce para o tratamento eficaz. 

O que é a Comunicação Interventricular

A Comunicação Interventricular é um defeito cardíaco congênito em que há uma abertura na parede que separa as duas câmaras inferiores do coração, os ventrículos. Esta abertura permite um fluxo anômalo de sangue dentro do coração, causando danos em vários órgãos. 

Essa patologia pode ser causada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais e pode variar em tamanho e localização. Todos estes fatores influenciam nas manifestações clínicas e evolução desta cardiopatia. 

infográfico de comunicação interventricular

Classificação

A comunicação interventricular (CIV) pode ser classificada de acordo com diferentes critérios, levando em consideração características do defeito, a localização anatômica e a presença de outras anomalias cardíacas associadas. 

Abaixo estão algumas das classificações mais comuns da CIV:

  1. Classificação com base no tamanho do defeito:
    • Pequena: Defeito com diâmetro de até 4 milímetros.
    • Média: Defeito com diâmetro entre 5 e 8 milímetros.
    • Grande: Defeito com diâmetro maior que 8 milímetros. 
  2. Classificação com base na localização anatômica:
    • CIV Muscular: Defeito localizado na porção muscular do septo interventricular.
    • CIV Perimembranosa: Defeito localizado na porção membranosa do septo interventricular, próxima à válvula tricúspide.
    • CIV Subarterial (ou de tipo conal): Defeito localizado abaixo das valvas aórtica e pulmonar. 
  3. Classificação com base na relação com outras anomalias cardíacas:
    • CIV Isolada: Defeito presente sem associação com outras anomalias cardíacas.
    • CIV Complexa: Defeito associado a outras malformações cardíacas, como tetralogia de Fallot ou transposição das grandes artérias.

Essas classificações auxiliam os médicos na compreensão da gravidade da CIV e na determinação da abordagem terapêutica mais adequada. É importante ressaltar que o sistema de classificação utilizado pode variar entre especialistas e instituições médicas.

Como afeta o coração

A presença de uma abertura entre os ventrículos faz com que o sangue assuma um fluxo anormal dentro do coração. A consequência inicial é o aumento do trabalho cardíaco e a sobrecarga nos pulmões. Com o decorrer do tempo, e na ausência de tratamento, o coração pode ficar dilatado e as artérias pulmonares lesadas de forma definitiva. 

É crucial monitorizar de perto o coração de uma criança com Comunicação Interventricular para evitar as complicações desta cardiopatia. O tratamento individualizado se relaciona aos melhores desfechos. 

civ - comunicação interventricular

Sintomas e impacto na saúde da criança

Os sintomas da CIV podem variar amplamente, de acordo com o tamanho e a localização do defeito. A presença de outras alterações cardíacas também influencia nas manifestações clínicas. 

Quando a abertura é pequena, a criança pode apresentar um sopro cardíaco exuberante, sem outras manifestações clínicas. 

Nos defeitos amplos, ou seja, que permitem fluxos volumosos de sangue entre os ventrículos, o sopro é mais baixo mas a criança apresenta sintomas e sinais exuberantes. Os mais comuns são baixo ganho de peso, cansaço para mamar, sudorese profusa, extremidades frias e pele pegajosa. A recorrência de quadros respiratórios também pode se relacionar à presença da CIV. 

As comunicações amplas que não foram tratadas de forma adequada podem gerar manifestações clínicas como cianose e falta de ar em atividades triviais. Estes são os casos mais graves e a irreversibilidade do quadro é a situação mais temerosa. 

Como afeta a saúde

A Comunicação Interventricular pode afetar o bem-estar geral da criança. Ela pode ter dificuldade em se alimentar, apresentar falta de ar, fadiga e, em alguns casos, um atraso no crescimento e desenvolvimento.

Além disso, o excesso de fluxo sanguíneo nos pulmões por tempo prolongado pode causar um remodelamento da vasculatura pulmonar, culminando com quadro graves e irreversíveis de hipertensão pulmonar. Isso torna imperativo que a condição seja gerenciada com eficácia para garantir uma vida saudável.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico preciso da CIV é essencial para que possamos oferecer um tratamento assertivo aos nossos pacientes. 

No consultório, uma entrevista detalhada e o exame clínico completo são fundamentais para identificarmos a cardiopatia e entendermos a repercussão clínica dela. 

O sopro cardíaco é o achado mais frequente no exame clínico. Na CIV, o turbilhonamento do sangue causado pela comunicação entre os ventrículos causa um sopro holossistólico, ou seja, audível durante toda a fase de contração dos ventrículos (sístole). Pode ser suave, moderado ou alto, dependendo do tamanho e da gravidade da CIV e se localiza na região do ápice do coração. 

É importante destacar que a presença de um sopro cardíaco não é exclusiva da CIV e pode ocorrer em outras condições cardíacas. Portanto, o diagnóstico definitivo da CIV requer a confirmação por meio de exames complementares. 

Exames complementares

Sobre os exames complementares, o mais utilizado é o ecocardiograma transtorácico. Este exame tem um papel fundamental no diagnóstico e na avaliação da comunicação interventricular (CIV). É um exame não invasivo que utiliza ultrassom para fornecer imagens detalhadas do coração, permitindo uma análise precisa do tamanho, localização e características da CIV.

Com base nas informações fornecidas pelo ecocardiograma, o médico pode fazer um diagnóstico preciso da CIV, determinar a gravidade do defeito e planejar o tratamento apropriado. Além disso, o ecocardiograma pode ser repetido ao longo do tempo para monitorar a evolução da CIV e avaliar a necessidade de intervenção cirúrgica ou outras medidas terapêuticas.

É importante ressaltar que o ecocardiograma deve ser realizado por um profissional treinado em cardiologia pediátrica, pois a interpretação adequada das imagens é essencial para o diagnóstico preciso e o manejo adequado da CIV.

Outros exames como eletrocardiograma e radiografia de tórax também são utilizados nesta investigação. 

Em alguns casos, o diagnóstico pode ser feito antes do nascimento, através do ecocardiograma fetal. Isso permite que o plano de tratamento comece imediatamente após o nascimento.

Quem está mais suscetível?

A CIV é uma cardiopatia congênita, o que significa que está presente desde o nascimento. Embora as causas exatas não sejam completamente compreendidas, acredita-se que fatores genéticos e ambientais desempenhem um papel importante na manifestação desta cardiopatia. 

Alguns fatores de risco associados à comunicação interventricular incluem história familiar da condição, exposição a certos medicamentos durante a gravidez, presença de doenças maternas, como diabetes gestacional.

É importante discutir o histórico familiar e outros fatores de risco com um especialista em cardiopediatria para obter orientações adequadas e cuidados preventivos.

Prevenção

Embora nem todos os casos de Comunicação Interventricular possam ser prevenidos, a adoção de um estilo de vida saudável durante a gravidez e a busca por cuidados pré-natais adequados são essenciais. Isso inclui evitar substâncias nocivas, como álcool e tabaco, e seguir as orientações médicas.

Tratamentos disponíveis para Comunicação Interventricular

O tratamento da comunicação interventricular (CIV) pode variar de acordo com o tamanho e a gravidade do defeito, a presença de sintomas, a idade da criança e outras condições médicas associadas. As opções de tratamento podem incluir:

  1. Observação e monitoramento: Em alguns casos, especialmente quando a CIV é pequena e assintomática, podemos optar por uma abordagem conservadora de observação e monitoramento. Isso envolve visitas regulares ao cardiologista pediátrico para avaliar o tamanho e a progressão da CIV e monitorar a presença de sintomas. Importante nos lembrarmos de que as CIV podem apresentar um fechamento espontâneo ao longo  dos primeiros anos de vida. 
  2. Tratamento medicamentoso: Em algumas situações, medicamentos podem ser prescritos para controlar os sintomas associados à CIV, garantindo uma melhor qualidade de vida dos nossos pacientes. Diversas classes de remédios podem ser utilizadas. Importante é individualizar cada caso. 
  3. Intervenção cirúrgica: nas CIVs grandes, persistentes, sintomáticas ou que não se fecham espontaneamente, a intervenção cirúrgica para fechamento pode ser necessária. 
  4. Cateterismo cardíaco: em alguns casos, pode ser possível realizar o fechamento da CIV por meio de técnicas de cateterismo cardíaco. Durante o procedimento, um cateter é inserido através de um vaso sanguíneo até o coração, e um dispositivo especial é utilizado para fechar o defeito.

O tratamento da CIV é individualizado e depende das características específicas de cada paciente. É essencial que o tratamento seja discutido com um cardiologista pediátrico experiente, que avaliará a gravidade da CIV e recomendará a melhor opção de tratamento para cada caso. O acompanhamento regular com o médico é fundamental para monitorar a evolução da doença e garantir a saúde cardíaca a longo prazo da criança.

Trabalhar em estreita colaboração com um especialista em cardiopediatria ajudará a garantir que a abordagem de tratamento seja otimizada para atender às necessidades específicas da criança.

Dúvidas mais frequentes

  1. Comunicação Interventricular é sempre grave?
    Não, a gravidade varia. Alguns casos são leves e podem se resolver por conta própria, enquanto outros requerem intervenção médica. Independente da gravidade, todos os pacientes com esta alteração devem ser acompanhados por especialista.  
  2. A Comunicação Interventricular pode ser detectada antes do nascimento?
    Sim, através do ecocardiograma fetal. 
  3. Quais são as opções de tratamento para Comunicação Interventricular?
    As opções de tratamento incluem observação, medicamentos para controle de sintomas, cirurgia ou fechamento percutâneo (por cateterismo cardíaco). 
  4. Como posso ajudar meu filho que tem Comunicação Interventricular?
    É importante seguir as orientações do cardiopediatra e garantir que a criança tenha um acompanhamento médico regular. O controle dos sintomas é fundamental para uma boa evolução clínica. Aspectos nutricionais e relacionados à atividade física também devem fazer parte deste controle. 

Compreender a Comunicação Interventricular e os cuidados necessários para o coração das crianças é fundamental. 

Encorajo a busca por informações e o diálogo aberto com especialistas em cardiopediatria para garantir que o pequeno coração que bate dentro do peito de seu filho receba o melhor cuidado possível.

Qual médico(a) procurar em caso de Comunicação Interventricular

Dra. Marina Fantini é altamente qualificada e carrega consigo um amplo conhecimento nas áreas de pediatria e cardiologia.

É coordenadora da Cardiologia Pediátrica e ECMO na Rede Mater Dei, CEO da Ecmo Minas, professora do curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da pós-graduação no Instituto de Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte.

É também membro titular da Sociedade Brasileira de Pediatria, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e Especialista em ECMO pela ELSO.

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Gislene Gonçalves

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"Dra Marina é sensacional! Excelente profissional e amorosa com as crianças! Encontrei dra Marina no momento mais complicado da vida da minha filha, que tem sindrome de Edwards, a Trissomia do 18. Dra Marina acreditou em minha filha Luísa e fez a bandagem da artéria pulmonar com dois meses de vida e foi um sucesso! Só tenho a agradecer por tudo!"

Michelle Lacerda

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"Há 10 anos convivendo com cardiopediatras, tenho autoridade nessa opinião. Dra. Marina.. Um anjo de Deus na terra! Atenciosa.. Carinhosa.. Preocupa com o bem estar geral da família. Inteligentíssima! É a médica que fez medicina por amor. Super acessível. Atende nosso telefonema, responde nossas msgs. É a cardiopediatra que seu filho precisa!"

Eduarda Bretas

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"Dra. Marina é uma médica excelente. Cuida da minha filha desde a vida fetal. Nos passa muita confiança, sempre atenciosa e cuidadosa. Minha filha tem cardiopatia congênita grave. Ja fez uma cirurgia com a equipe da Dra. Marina e deu tudo certo."

Karine Xavier

Karine Xavier

"Sem palavras para uma profissional tão humana, atenciosa e acima de tudo apaixonada pelo caminho que escolheu! Fomos acolhidos, escutados e direcionados de forma precisa!! Parabéns Dra Marina que Deus e Nossa Senhora te dê muita saúde para continuar exercendo sua profissão!"

Fábio Andrade

Fábio Andrade

"É uma profissional exemplar! Muito humana e competente. Não sou paciente, sou fã. Fazemos acompanhamento com ela mesmo morando a 360km de distância."

Christiane Soares

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"Extremamente competente, atenciosa com os pais e pacientes, uma referência pra cardiologia pediátrica."