A Miocardite infantil é uma doença que afeta o coração dos pequenos e pode ter graves consequências se não for tratada. 

Neste artigo, vamos falar sobre as causas, sintomas e opções de tratamento dessa condição que preocupa pais e médicos em todo o mundo. 

Se você tem um filho ou conhece alguém que está passando por essa situação, continue lendo para obter informações importantes sobre a miocardite infantil.

O que é a Miocardite infantil

A miocardite é uma patologia caracterizada pela inflamação do músculo cardíaco, conhecido como miocárdio.

Essa inflamação pode afetar a capacidade do coração de bombear sangue de maneira eficiente e pode levar a uma série de sintomas e complicações.

Embora seja uma condição rara, ela pode ocorrer em crianças de todas as idades e pode ter consequências graves se não for diagnosticada e tratada precocemente. 

Causas e Fisiopatologia

A miocardite infantil pode ter várias causas, sendo as mais comuns infecções virais, como o vírus do resfriado comum (adenovírus) e o vírus Coxsackie.

Outros patógenos, como vírus da gripe, citomegalovírus e vírus Epstein-Barr, também podem desencadear a inflamação miocárdica.

Além das infecções virais, a miocardite na infância também pode resultar de doenças autoimunes, reações alérgicas a medicamentos, toxinas e até mesmo resposta imunológica pós-vacinal.

A fisiopatologia da miocardite envolve uma resposta inflamatória desencadeada pela invasão viral ou por mecanismos autoimunes.

A presença do agente causador desencadeia uma resposta imune no miocárdio, resultando em danos às células cardíacas, liberação de citocinas inflamatórias e recrutamento de células inflamatórias, como linfócitos, macrófagos e neutrófilos.

Esses processos podem levar à disfunção cardíaca, alterações na contratilidade miocárdica e até mesmo à formação de cicatrizes.

Causas da Miocardite infantil

A miocardite pode afetar tanto adultos como crianças, e quando ocorre em crianças, é conhecida como miocardite infantil.

A principal causa de miocardite infantil é a infecção viral. Vários vírus, causadores de doenças comuns na infância, se relacionam a esta patologia, dentre eles, Adenovírus, Influenza, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Epstein-Barr, Citomegalovírus, Parvovírus B19 e COVID-19. 

Infecção por outros germes (como bactérias, fungos, parasitas)  também se relacionam à doença. 

Além das infecções, a miocardite na infância também pode resultar de doenças autoimunes, reações alérgicas a medicamentos, toxinas e até mesmo por uma resposta imunológica exacerbada pós-vacinal.

Fisiopatologia da Miocardite 

A fisiopatologia da miocardite envolve uma resposta inflamatória desencadeada pela invasão viral ou por mecanismos autoimunes.

A presença do agente causador desencadeia uma resposta imune no miocárdio, resultando em danos às células cardíacas, liberação de Citocinas inflamatórias e recrutamento de células inflamatórias, como linfócitos, macrófagos e neutrófilos.

Esses processos podem levar à disfunção cardíaca, alterações na contratilidade miocárdica e até mesmo à formação de cicatrizes.

Classificação das miocardites

As miocardites podem ser classificadas de diferentes maneiras, levando em consideração diferentes aspectos da doença.

Aqui estão algumas das classificações comuns utilizadas para miocardites:

• Classificação etiológica: Essa classificação leva em consideração a causa subjacente da miocardite. Pode incluir categorias como miocardite viral (causada por infecções virais), miocardite autoimune (causada por resposta imunológica desregulada), miocardite secundária a doenças sistêmicas (por exemplo, doenças autoimunes como o lúpus) e miocardite induzida por drogas (causada por reação alérgica a medicamentos).

• Evolução clínica: Essa classificação leva em consideração a apresentação clínica da miocardite. Pode incluir categorias como miocardite aguda (com início recente e sintomas agudos), subaguda, crônica ou assintomática.

• Classificação histopatológica: Essa classificação leva em consideração as alterações observadas no tecido cardíaco por meio de biópsia do miocárdio. Pode ser do tipo Linfocítica (infiltrado de linfócitos no tecido cardíaco), Eosinofílica (infiltrado de eosinófilos), Necrosante (presença de necrose no tecido cardíaco) Granulomatosa (presença de granulomas no tecido cardíaco).
• Classificação baseada na resposta inflamatória: miocardite com resposta inflamatória predominante de células T, miocardite com resposta inflamatória predominante de células B, e miocardite com resposta inflamatória mista de células T e B.

É importante destacar que a classificação das miocardites pode variar de acordo com diferentes sistemas de classificação e que essas categorias podem se sobrepor.

Manifestações Clínicas da Miocardite infantil

A miocardite infantil se manifesta de diversas maneiras, podendo variar amplamente de pacientes assintomáticos a pacientes extremamente graves. 

As manifestações clínicas dependem da faixa etária, da etiologia e do tempo de doença. 

Os bebês com miocardite podem apresentar irritabilidade, dificuldade para mamar, sudorese exacerbada, distensão abdominal, respiração ofegante.

Também podem apresentar cianose (coloração arroxeada em volta dos lábios), desmaios, taquicardia (coração acelerado), vômitos persistentes e palidez. 

As crianças maiores apresentam sintomas como dor torácica, palpitações, desmaio, intolerância às brincadeiras e à atividade física.

Também podem apresentar intolerância alimentar, inchaço, palidez e mal estar. 

Alguns episódios de morte súbita também se relacionam às miocardites. 

Como é feito o diagnóstico da Miocardite infantil

O diagnóstico de miocardite na infância é um desafio, pois os sintomas podem ser inespecíficos e sobrepostos a outras condições cardíacas e respiratórias.

Por isso, uma avaliação clínica cuidadosa é fundamental. A entrevista detalhada e o exame físico minucioso são fundamentais para no diagnóstico de miocardite.

Também podemos utilizar uma série de exames nesta investigação. Vejamos os principais: 

• Dosagem de biomarcadores cardíacos no sangue, como por exemplo, troponina e CKMB.
• Ecocardiograma: ultrassonografia do coração capaz de identificar sinais de inflamação e avaliar o funcionamento cardíaco.
• Eletrocardiograma (ECG): capaz de identificar alterações no ritmo cardíaco e sinais elétricos de isquemia.
• Ressonância nuclear magnética (RNM) cardíaca: desempenha um papel fundamental no diagnóstico, estratificação de risco, monitoramento do tratamento e avaliação de sequelas da miocardite. Ela fornece informações detalhadas sobre a estrutura e função cardíaca, auxiliando na tomada de decisões clínicas e na melhoria do manejo dessa condição.
• Biópsia endomiocárdica:  tem papel importante no manejo da miocardite,  permitindo uma análise histológica, imunológica e molecular do músculo cardíaco. Ela auxilia no diagnóstico definitivo, na identificação da causa da miocardite e na avaliação da atividade inflamatória. A biópsia endomiocárdica pode ajudar a caracterizar o infiltrado inflamatório, excluir outras doenças cardíacas e identificar possíveis agentes infecciosos. No entanto, é um procedimento invasivo que apresenta riscos e limitações. A decisão de realizar a biópsia deve ser individualizada e realizada em centros especializados.
• Teste ergométrico: o teste ergométrico pode ser útil para avaliar as sequelas da miocardite, estratificar o risco e monitorizar o tratamento. No entanto, é importante destacar que o teste ergométrico não é específico para o diagnóstico de miocardite e deve ser interpretado em conjunto com outros exames clínicos e de imagem.
• Teste cardiopulmonar: também conhecido como teste de esforço cardiopulmonar, não é um exame específico para a condição mas pode ser útil na avaliação da capacidade de exercício, estratificação de risco e monitoramento do tratamento. 

Tratamentos para Miocardite infantil disponíveis

A abordagem da miocardite infantil é essencialmente uma tarefa multidisciplinar. 

Seu tratamento depende da etiologia, gravidade, presença de comorbidades e aspectos evolutivos da doença. 

Nas formas leves, repouso e monitoramento rigoroso podem ser suficientes. No entanto, em casos mais graves, o tratamento pode envolver o uso de medicamentos, como diuréticos, inotrópicos, imunossupressores e antivirais.

Em situações críticas, quando há insuficiência cardíaca grave ou risco de arritmias cardíacas fatais, pode ser necessário suporte circulatório mecânico temporário ou até mesmo o transplante cardíaco. 

Qual o custo do tratamento da Miocardite infantil

O tratamento da miocardite infantil geralmente envolve o uso de medicamentos para reduzir a inflamação e aliviar os sintomas. 

O custo do tratamento da miocardite infantil varia de acordo com o tipo e a gravidade da condição, portanto o preço do tratamento de miocardite infantil varia significativamente.

Onde tratar de Miocardite infantil em Belo Horizonte

Dra. Marina Fantini é altamente qualificada e carrega consigo um amplo conhecimento nas áreas de pediatria e cardiologia.

É coordenadora da Cardiologia Pediátrica e ECMO na Rede Mater Dei, CEO da Ecmo Minas, professora do curso de medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da pós-graduação no Instituto de Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte.

É também membro titular da Sociedade Brasileira de Pediatria, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e Especialista em ECMO pela ELSO.

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